Financiar imóvel, automóvel ou qualquer outro bem de alto valor é sempre um momento cheio de detalhes e que precisa de atenção. Afinal, envolve bastante dinheiro.
E são em momentos assim que nos deparamos com termos e modelos que não fazem parte do nosso dia a dia, como amortização, tabela Price e SAC.
Confira o que é cada uma dessas palavras para estar mais seguro nas negociações e não ter dor de cabeça no futuro.
O que é amortização?
Comum em financiamentos e empréstimos, a amortização nada mais é do que o valor nominal parcelado da dívida.
Só que as parcelas dos financiamentos não são compostas só pela amortização. Também há juros e outros encargos.
Por exemplo: se você comprou um imóvel de R$ 100.000 e parcelou em 100 meses, o valor da amortização é R$ 1.000. Porém, os custos das parcelas serão maiores por conta da inclusão de juros e encargos. Ou seja, parcela = amortização + juros + demais encargos.
Importante: perceba que, quando você sanar sua dívida, você terá pagado mais do que o preço daquilo que comprou – ou seja, mais do que R$ 100.000, neste exemplo.
Amortização extraordinária
Isso se dá quando o devedor antecipa o pagamento de outra parcela ou até um valor maior. Além de diminuir o prazo de pagamento, também reduz gastos com juros e encargos, deixando o valor final menor.
Formas de amortização
Existem diferentes sistemas de amortização no Brasil, porém dois deles são mais utilizados: tabela Price e SAC. Entenda como eles são e suas vantagens e desvantagens.
Tabela Price
Também conhecida como sistema francês, neste modelo, as parcelas tendem a ter o mesmo valor. O que muda são os valores de cada item: nas primeiras parcelas, a amortização começa mais baixa e vai aumentando com o tempo, enquanto o valor dos juros inicia mais alto e vai diminuindo.
Resumindo: o valor das parcelas é parecido do início ao fim, mudando principalmente a proporção entre a amortização e os juros.
Veja abaixo a tabela Price simulando o financiamento de R$ 240.000 em 360 meses com taxa de juros efetiva de 9,6% ao ano.Caso tenha ficado dúvidas, vamos dissecar essa tabela:
- “Prestação” é o que será pago na respectiva parcela;
- “Capital” é o valor da amortização;
- “Juros” é o valor do juros cobrado;
- “Seguro MIP” é um seguro que garante a amortização do financiamento caso ocorra invalidez permanente ou falecimento do contratante;
- “Seguro DFI” cobre eventuais prejuízos físicos do imóvel;
- “Tarifa de Adm” é uma taxa que você paga para a instituição administrar o financiamento;
- “Saldo devedor” é quanto você ficará devendo após o pagamento da prestação.
Esse modelo é mais usado para financiamentos de curto prazo. Exemplo: financiamentos de veículos.
Vantagens
- Parcelas com o mesmo valor, facilitando um planejamento financeiro;
- Sabe desdeDesde o início, fica claro qual o valor total a ser pago;quanto vai pagar no total;
- Prestação mais baixa no início, em relação ao SAC;
- Em Ccaso de amortização extraordinária antecipada, pense em sanar a dívida antecipadamente com amortização extraordinária, pagará menos juros à instituição financeira.
Desvantagens
- Valor total será maior que do modelo SAC;
- Amortização lenta.
SAC
Mais comum nos financiamentos imobiliários, o Sistema de Amortização Constante tem como característica parcelas de forma decrescente, ou seja, começar com prestações elevadas que vão diminuindo ao longo do tempo.
Isso acontece porque, apesar da amortização ser sempre o mesmo valor, os juros são fixos e incidem sobre o saldo devedor. Ou seja, como a cada parcela estamos diminuindo a dívida total, o valor dos juros da prestação seguinte será sempre menor que a anterior, pois será calculado sobre o novo saldo devedor.
Confira o mesmo exemplo de financiamento citado no Price agora na tabela do modelo SAC.
Vantagens
- Valores vão diminuindo a cada parcela;
- Valor total pago é menor que o valor da tabela Price;
- Amortização mais rápida.
Desvantagens
- As primeiras parcelas serão, maiores que da tabela Price;
- Como os valores variam parcela a parcela, é necessário atenção na organização financeira, para não errar na conta e projetar um valor menor do que vai ser;
- Instituições financeiras vetam esse modelo caso as parcelas comprometam mais de 30% da renda familiar mensal.
Tabela Price ou SAC: qual é melhor?
A resposta é: não existe melhor ou pior. Existe o que é mais adequado a você e ao seu momento financeiro.
A Tabela Price, por exemplo, por mais que o valor final fique maior em relação à SAC, as parcelas são constantes. Então, é recomendada para quem está com uma vida financeira equilibrada e para financiamentos mais curtos.
Já a SAC é indicada a quem consegue arcar com os altos valores das parcelas iniciais, tem perspectiva de melhora na vida financeira e para financiamentos mais longos.
Está em dúvida do que acha melhor? Faça simulações!
Hoje em dia, alguns bancos têm páginas na internet para você simular o financiamento e avaliar qual modelo é mais adequado ao seu orçamento e objetivo. Confira: Banco do Brasil, Caixa, Santander, Bradesco e Itaú.
Veja também no blog da MDL: