Antecipar o futuro não é tão complicado quando falamos do mercado imobiliário. Existem tendências que se desenham há algum tempo e devem ser consolidadas nos próximos anos. Modelos diferentes de empreendimentos que respondem à novas demandas, tecnologia, estilo de vida compartilhado… diversos fatores vão fazer os olhos de um comprador de apartamento brilhar. Vamos analisar alguns deles?
Modelos de empreendimento para público sênior
Nos anos 40, a média de expectativa de vida no país era de 45 anos. Atualmente, é de 75, segundo o IBGE. Com as pessoas vivendo mais tempo, o público sênior vem adquirindo relevância, especialmente no mercado imobiliário. Outro dado que chama atenção é que 60% deles já possui smartphone. E isso se confirma pelas estatísticas de acesso do site Viva Real, entre os anos de 2016 a 2019:
- 2016: 2,7% dos acessos eram de pessoas com mais de 65 anos;
- 2019: 6% dos acessos, o que significa mais de 550 mil pessoas dessa faixa etária.
O reflexo disso no mercado imobiliário vai muito além das adaptações. Metragens menores para casais ou maiores para receber a família? Acessibilidade em todos os pontos? São novos modelos de empreendimento e de atendimento que vão surgir para este público.
Espaços menores e compartilhamento
Já tratando de outra faixa etária e comportamento, os jovens de hoje são mais desapegados. Não se preocupam tanto com a aquisição de bens, pois as novas tecnologias possibilitam mais mobilidade e economia, principalmente quando se trata de adquirir um imóvel. O nicho dos microapartamentos (unidades de até 40 m²) permanece aquecido, apesar das promoções vistas em 2018, quando ocorreu uma bolha temporária. Análise do Grupo Zap, especializado em imóveis, calcula que foram lançadas mais de 55 mil unidades desta categoria entre 2013 e 2019. A economia aquecida tende a levar profissionais — solteiros ou jovens casais sem filhos — para metrópoles. E é justamente nas grandes cidades onde há maior concentração de apartamentos pequenos, sobretudo os de até 28 m². É uma movimentação imobiliária que segue o mesmo rumo de cidades superpopulosas ao redor do mundo. Esse tipo de imóvel também atrai investidores, que enxergam possibilidades de retornos mais altos ao aplicar no nicho dos microapartamentos. As taxas de juros mais baixas com o retorno do crédito ao mercado e o maior potencial de rentabilidade estimula a busca de imóveis como forma de investimento.
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Tecnologia e sustentabilidade juntos
Casas conectadas são uma grande tendência tecnológica, não de um futuro distante, mas algo bem presente e cada vez mais acessível. Alexa, Google, Siri e outros chegaram para ajudar a automatizar quase todas as tarefas da casa. “Alexa, toque Stranger Things na Netflix na sala” passa a ser um comando do dia a dia. Isso está ligado a um desejo de termos mais tempo para outras coisas. De acordo com a Anatel, 46% dos brasileiros acreditam que em 2025 casas inteligentes serão mais comuns do que smartphones e a expectativa da população é que atividades como passar mais tempo com a família, ler ou viajar sejam mais rotineiras. Será bem comum que os novos empreendimentos já sejam entregues com adicionais para uma casa conectada: lâmpadas inteligentes, sistemas integrados, conexão em todos os cômodos etc. Mesmo que seja um adicional na compra, o consumidor que gosta de tecnologia vai olhar com mais carinho para projetos como estes. Se a casa não for conectada, o prédio já é. Automação e sustentabilidade estão se tornando pré-requisitos para as edificações modernas, com sistemas inteligentes de controle de energia e reuso de água. As portarias já estão adotando controle de fluxo por biometria e até reconhecimento facial. As câmeras são controladas por celular e até a iluminação das áreas comuns respondem de acordo com a demanda e horário. Em vez de acenderem sozinhas em um horário programado, sensores identificam a luz ambiente (o dia pode estar nublado, ensolarado ou chuvoso) e podem até mesmo atrasar ou antecipar o acionamento da iluminação artificial. Painéis de energia solar complementam parte do consumo diário e reduzem a conta do prédio. Outra necessidade que condomínios de alto padrão já estão antecipando: vagas de garagem com ponto de energia. Carros elétricos ou híbridos ainda estão longe de terem aplicação maciça, compõem menos de 0,5% do mercado nacional, mas esse número é maior em segmentos de luxo. A Lexus, por exemplo, só vende automóveis híbridos no país. Isso mostra como a tecnologia nunca estará desassociada da sustentabilidade em empreendimentos imobiliários, ela sempre chega para solucionar problemas: a falta de tempo ou a economia de recursos.